Na Casa da Passarella, cada história dá sabor a um vinho

 

Quando entrei pela primeira vez na Casa da Passarella não sabia nada sobre este lugar. Pareceu-me uma quinta normal: uma adega, uma casa secular, uma loja de vinhos, um museu com alguns artefactos agrícolas… nada que não se encontre facilmente na região do Dão!

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Mas a Casa da Passarella revelou-se especial, porque está ali desde 1892 a ouvir e contar histórias que dão nome e sabor aos seus vinhos.

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Como a história do BRAZILEIRO Amândio de Oliveira que, farto da pacata vida das Beiras e com o sonho do Brasil, escondeu-se na chaminé de um barco que rumava ao sul da América. Aí fez fortuna na exploração do café e quando voltou a Portugal construiu 3 casas para os seus 3 filhos, uma delas no lugar de Passarela, assim chamado por ser a zona de passagem das tropas de Napoleão para entrar em Portugal durante as invasões francesas.

Ou a história do OENÓLOGO francês judeu, também conhecido pelo FUGITIVO, por ter escapado às perseguições da II Guerra Mundial e foi-se refugiar nesta mesma casa onde conseguiu dar liberdade à sua paixão pela vinha e pelo vinho e marcar o inicio da produção de vinho de qualidade na Passarella.

As palavras em letras maiúsculas não são gralha, são mesmo nomes de vinhos da Casa da Passarella. Há também o ABANICO, a DESCOBERTA, o ENXERTIA e o topo de gama VILLA OLIVEIRA, cada um com o seu conto para contar.

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Paulo Nunes, o actual enólogo, respeita o passado desta quinta e pretende apenas copiar o excelente trabalho que foi feito ao longo dos anos nesta casa e manter o carácter complexo mas elegante dos vinhos do Dão.

Em breve, a Casa da Passarella será recuperada e transformada em hotel de charme. Depois das horas que passei na sua varanda a ver o sol a pôr-se atrás da vinha, já fiz reserva num futuro quarto, seja isso quando for!

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